Introdução
Se você é médico, nutricionista, dentista, fisioterapeuta, comunicador, professor, advogado (como eu) ou desempenha qualquer outra atividade como profissional liberal, você precisa ter um bom contrato de prestação de serviços! E eu vou te explicar a importância disso em nível macro e micro e ainda te passar uma “cola” para um bom contrato. Vamos lá!
A realidade da prestação dos serviços dos profissionais liberais
Nós, profissionais liberais, temos um traço muito marcante em nossas contratações: a pessoalidade. Ou seja, o cliente costuma te contratar por confiar em você, seja através de um laço de amizade, por uma indicação ou mesmo por acompanhar seu trabalho e “sentir firmeza” em sua pessoa.
Não é diferente a relação que é travada na contratação de um médico, um dentista, um advogado, um educador físico, um professor particular e uma compra e venda? Sim!! Nesse último caso, o objeto contratado é frio, é estanque, “é aquilo ali e pronto”, enquanto na contratação de serviços, a relação é muito mais personalizada – tanto pelas peculiaridades do prestador de serviço, que tem ampla liberdade para fazê-lo da forma que melhor entender, como pela relação que envolve as partes contraentes, que normalmente envolve muita pessoalidade.
Os desafios dos prestadores de serviço
Pois bem. Se isso fez sentido pra você, é possível que concorde comigo que essa relação aproximada – e, muitas vezes sem nenhum intermediário – conta com muitos desafios. Por exemplo: mal-entendidos acerca do que está incluído ou não no seu preço e, como não dizer, o atraso no pagamento – que por muitas vezes deixa o profissional prestador dos serviços sem estrutura para realizar tal cobrança.
Muitas vezes, inclusive, tais obstáculos acabam provocando uma quebra na relação pessoal entre essas pessoas, o que vai muito além de um insucesso na relação contratual. E esse cenário, comum, é lamentável, porque além de brigar desencontros e ferir laços importantes, ainda atrapalha o desenvolvimento da carreira e também o dia-a-dia do profissional liberal.
Foque na solução
Se é verdade que isso é um desafio, nosso compromisso está em encontrar a melhor solução e lutar por ela. Afinal, reclamar só atrapalha, em todas as esferas da vida. Então:
- se você tem problemas recorrentes de inadimplemento, o que será que está provocando isso?;
- se o seu cliente não te enxerga de maneira profissional e leva tudo para a pessoalidade, onde é que você está falhando?
- se você vive reclamando que seu cliente te cobra mais do que o combinado, será que não é você que não está deixando claro como é estruturado o seu serviço?
A DIFERENÇA QUE UM BOM CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS FAZ PARA O PROFISSIONAL LIBERAL
Uma de nossas apostas aqui no escritório, tanto para nossas contratações, quanto para as contratações de nossos clientes está na confecção de um bom contrato de prestação de serviços.
Já falamos sobre isso há muito tempo! Veja este artigo, da mesma autora, intitulado “Qual é a importância de um bom contrato?“
Um contrato qualquer não vale nada
Muitas vezes o contrato é subjugado como algo muito simples, como se fosse um mero pedaço de papel e que valesse de algo esses contratos comprados em papelaria (eu até me arrepio: como assim “contrato de papelaria”, meu Deus?!).
Um contrato é um pacto, é um acordo de vontades. E ele leva em conta uma série de etapas, sendo uma delas minuta do contrato, o instrumento documental. Mas o que vai constar nesse “papel” é o que importante, pelo que não adianta imprimir modelo pronto da internet. Isso realmente não vale nada!
Minutas de contrato formalizam um pacto
Nossos contratos são super personalizados e levam em conta tudo aquilo que, de fato, foi conversado entre as partes. Assim, matamos um problema: que é o da inadimplência. Muitas (mas muitas mesmo!) descumprem os contratos porque simplesmente não o leram. Não têm nem ideia do que está disposto ali. Então como você quer que ela cumpra? Às vezes nem você mesmo explicou pra ela de forma clara.
- O que foi combinado?
Então esse é o primeiro ponto de um contrato de prestação de serviços descente: a clareza dos termos contratuais. Pode ser que, sabendo de todos os termos, o potencial cliente perca seu interesse. É verdade. Porque talvez ele tinha uma expectativa diferente sobre seus serviços. Mas, melhor filtrar na entrada esse tipo de desalinhamento, né? Ou você prefere um cliente que vai te cobrar algo que você não está disposto ou não pode entregar? Ele só vai te trazer dor de cabeça.
E aí vai um puxão de orelha ao profissional liberal que vive reclamando de seus clientes: você próprio, que é prestador dos serviços, sabe objetivá-los com precisão? Tem um bom contrato em que todos os termos são apresentados de forma clara ao cliente, dando-lhe a oportunidade de te escolher ou não dentro das condições que você oferece?
- Quem tem o dever de explicar os termos do contrato de prestação de serviços?
Um segundo ponto de extrema relevância é, portanto, a educação do seu cliente dentro de sua área de atuação. Quantos clientes nós atendemos que não sabem nada de Direito, ação judicial ou trâmites em cartório? A maioria! Se não me revisto desse compromisso de esclarecê-lo sobre o que envolve o caso dele, não posso me espantar se ele passar dias me perguntando sobre coisas que cabiam a mim explicar para que ele pudesse se comportar diante do caso de maneira adequada.
Então, prezado profissional liberal, cabe a você educar seu cliente sobre o tratamento nutricional que oferece, sobre a forma como seus procedimentos cirúrgicos se desenvolvem, sobre as etapas de construção do seu empreendimento imobiliário, sobre as etapas para conclusão de um projeto arquitetônico, enfim, sobre como você presta os seus serviços.
Afinal, você há de convir: você não trabalha exatamente da mesma forma do que seus colegas de classe. Assim, mesmo que seu cliente já tenha feito um tratamento de RPG (por exemplo) com um profissional, não quer dizer que os procedimentos serão os mesmos contratando você. E cabe a você mesmo abordar esse assunto, com toda a paciência do mundo, com o seu cliente.
A cereja do bolo: a profissionalização de sua atividade
Superadas todas aquelas dificuldades acerca de ambiguidades e aquele tenebroso “disse-me-disse”, o que vai valer é o que está escrito, que por sua vez já terá sido conversado e compreendido, o que dá muita tranquilidade ao profissional liberal.
Mas, não bastasse esse grande alívio, que poupa tempo e desgaste do prestador de serviço, temos ainda a cereja do bolo, que é a forma profissional com que você passa a se apresentar ao seu cliente.
Primeiro que você não terá qualquer folha de papel escrita para ele assinar, você terá um bom contrato, sobre o qual você tem domínio (porque ali está representada, exatamente, a forma como você trabalha).
E essa maneira de se apresentar, inclusive nos seus encontros relativos à contratação, farão toda a diferença porque você demonstra que está em um nível de profissionalização superior do que a maioria de seus concorrentes. Você mostra, com seu contrato, seriedade, comprometimento e clareza, passando segurança ao seu cliente.
Conclusão sobre contrato de prestação de serviços para profissionais liberais
Ter um negócio “meia-boca” dá trabalho demais e ainda não traz sucesso genuíno. Ter um bom contrato de prestação de serviços, que é a porta de entrada de seu cliente ao seu negócio é indispensável para seu crescimento. É a sua marca pessoal tomando forma de empresa, se apresentando como tal.
Não perca seu precioso tempo nem suje sua marca com contratos que não são contratos, mas meros papeis impressos e sem valor. Se ficou interessado, dê um feedback para a especialista, ela vai ficar feliz!